sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Baladas de Sábado (de dia) á Noite

Outro dia, á algumas semanas atrás, resolvemos ir á uma balada. A um bom tempo (bota bom tempo nisso) que não saíamos assim. Os compromissos do dia-a-dia, junto com a falta de interesse/paciência nos afastaram esse tempo todo das “casas dançantes” de São Paulo.
Foram muitos os convites por parte do amigo dele para conhecer essa balada onde ele é.....................é...................é....................na verdade não sei o que ele é, mas na minha época chamava “promoter”.
Aliás, na minha época, quer dizer, na época que eu comecei a badalar, era tudo diferente. Toda segunda-feira, o único comentário no colégio era sobre as badalações (nas matinês) do final de semana. Sim, porque naquela época só se saia assim aos finais de semana, e olhe lá.
Os promoters distribuíam centenas de Flyers com seus nomes, e empenhavam-se em levar o maior número de pessoas ás baladas. A quantidade de baladeiros que os promoters levavam para as danceterias (que na minha época chamava-se assim, e não balada), significava o seu grau de popularidade, que disputavam acirradamente.
Lumen, Extravaganza (mais conhecido como Estraga-a-dança), Kyron, Krypton, Limelight, Resumo da Ópera, essas e muitas outras casas eram os redutos dos jovens “matineiros” daquela época. Essa última, era meu sonho conhecê-la. Todos frequentavam: meu irmão, meus primos, meus amigos, todo mundo do Colégio. Menos eu. Como entrei adiantada na escola e só andava com alunos repetentes, enquanto eu tinha 12 anos, os outros tinham 14, 15 anos. No Resumo da Ópera só podia entrar maiores de 13 anos, e quando estava próximo de acabar os quadradinhos vazios no meu calendário que indicava “quantos dias faltam para eu finalmente entrar para o clube de frequentadores do Resumo da Ópera”, a tão badalada casa que ficava dentro do Shopping Eldorado (que naquela época era um luxo), fechou sem nem dizer “Adeus”.
Sim, eu fiquei magoada e talvez alguns traumas que tenho hoje, sejam oriundos dessa frustração. Mas eu resolvi que já que não era mais possível entrar no “clube do Resumo”, eu ia conhecer as outras baladas que a idade me permitia entrar.
Que época boa! O cheiro do cigarro de cravo que fumávamos escondido, é o que mais me trás lembranças dessa época onde a maior malicia que existia entre nós era dar uns beijinhos na boca, trocar telefones e depois não sair de casa nem pra ir à padaria, com medo do gatinho ligar e ninguém atender, já que naquela época, adolescentes não tinham celular.
Como hoje em dia é tudo diferente, existem infinitas baladas para todos os gostos e bolsos.
Eu cheguei a frequentar algumas quando já era maior, mas sempre preferi barzinhos, shows ou um bom churrasco com os amigos, ao invés das batidas agudas das danceterias.
Essa que nós fomos, localizada entre Sumaré e Vila Madalena, era bem bacana.
Primeiro tinha um bar, de ambiente bem aconchegante, composto por algumas mesinhas e no fundo, uma entrada para a pista de dança.
Na Cia. de um outro amigo que frequenta essa balada a algum tempo, seguimos até a pista de dança, que ainda estava fechada para o público, isso só percebi depois, mas como o amigo lá é praticamente um “promoter VIP”, entramos sem o menor problema.
Encostamos no pequeno palco, perto do DJ e ficamos ali curtindo timidamente o ambiente.
Eu como sou super adepta da cervejinha gelada, confesso que não achei tão bom assim os copos que passavam de mão em mão com vodka e whisky com energético.
Abriram as portas (do inferno) do outro ambiente, e o público que já lotava o bar, invadiu a pista e começaram a dançar freneticamente.
Com estilos de música bem variados, a galera ficava cada vez mais animada. A animação foi tanta, que duas moças ao nosso lado começaram a dançar se uma forma muito sensual, uma se insinuando para a outra e logo, começaram a se beijar. Acho que estava escuro demais, e elas devem ter achado que estavam agarrando um rapaz. Só pode ser!
Vi que um casal ao nosso lado (esse sim, de homem e mulher), também estavam super animados. A menina, em especial, estava inquieta no colo do namorado, e conforme as luzes piscavam, pareciam fotos: ele com a mão ali, depois ela com a mão lá.
Bom, continuamos observando o comportamento das pessoas na balada, já que estávamos por fora a algum tempo, até que o casal vizinho e mais outros cinco casais ao lado, chamaram nossa atenção pela coreografia do novo ritmo que o DJ acabara de tocar: as mulheres viraram de costas, apoiaram-se no palco (que era baixo, na altura da cintura) e ficaram na posição “cachorra”, já os homens, seguindo o mesmo “instinto canino”, encaixaram nos traseiros das cachorras e começavam a protagonizar cenas bem, digamos, picantes!
Poucos minutos depois fomos embora com a certeza de que não perdemos muita coisa nesse tempo que não frequentamos a noite paulistana, e hoje em dia, uma balada divertida e saudável, só através das lembranças no cheiro do cigarro de cravo.

3 comentários:

Teka disse...

Puta queoooooooo heim mew!
Pois é, eu não sou mto adepta de balada tb e quando vou , vou nuns pagodinhos mais "lights". Faz um bom tempo que eu nao vou em uma balada viu!
Os últimos bares noturnos que eu fui foi pra ver o grupo do Ciro tocar, lá no tatuapé. Mas nem era esse tipo de balada "frenética"!
Não adianta May. Nós somos diferentes, esses lances assim não são nossa cara.
Nossa cara é amigos, sambinha, cerveja gelada, conversa. Pq num lugar desse naod a pra conversar direito rs
Bora ver o grupo do Ciro tocr, da proxima vez:D

bjosss

Fernando disse...

Eu AMAVA o Resumo da Opera, essa balada e o club B.A.S.E foram as melhores casas que ja frequentei em SP. Acho que era da epoca tambem. Hoje moro em Londres e adoro ir a HEAVEN de sexta feira, onde toca o mesmo som da epoca do Resumo, pois eh a noite anos 90. Quanta saudades, adorei ler isso!!!

Yanaí disse...

Tinha carteirinha no Resumo e Limelight. Que saudade..tempo bom demais. Impossivel esquecer