segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Reencontro no Samba da Meirinha

Vcs se lembram que a alguns dias atrás eu disse que tinha umas coisinhas legais pra contar aqui no blog?
É, finalmente consegui um tempinho para escrever aqui sobre uma dessas coisinhas legais.

No dia 21/10 foi aniversário da Malu, uma grande amiga que tenho desde a época do colégio. Posso dizer tranquilamente que ela, assim como mais duas amigas também da época, são pessoas que nunca sairão da minha vida. Daquelas amizades que as vezes vc fica um tempão sem ver, sem falar, mas quando nos encontramos, parece que nunca houve esse afastamento. Antes, estudávamos e trabalhávamos juntos: eu, Malu, Thalyta (a outra amiga) e meu irmão.
Infelizmente um dia somos obrigados a tomar outros rumos e a diversão dá lugar a obrigação. Foi assim que nos afastamos fisicamente. Quer dizer, esse foi um dos motivos, pois houveram outras situações na época que colaboraram para essa situação, mas sempre involuntário a nós.
Depois de muitos anos sem comemorar o aniversário da Malu com ela, fui intimada a dar o ar da graça nesse ano.
O local escolhido era "Samba da Meirinha". Aproveitando que o aniversário da Joyce (um outra amiga, tbm da época) é um dia antes do da malu (20 de outubro), as duas escolheram esse local por indicação de alguns amigos.
Confirmada a presença, a preocupação das meninas era em dar as orientações passadas pela dona do recinto, a tal Meirinha: o samba começa cedo (19 hs) e termina cedo (00 hs), o couvert é R$ 8,00 e a cerveja (de garrafa) custa R$ 4,00, é proibido usar drogas no local e fazer bagunça e gritaria, pois atrapalham os músicos e as pessoas que querem ouvir o samba.
Ok! Diante de tantas recomendações, fiquei em dúvida se estávamos comemorando um aniversário ou a fazendo um "remember" da época do colégio.
O samba, localizado da Fradique Coutinho (Vila Madalena) pode confundir por sua faixada. É, na verdade não tem faixada, trata-se de uma portão como de uma casa comum. Ao apertar a campainha, uma senhora faz a recepção, abrindo as portas do local que mais parece uma casa qualquer. Adentrando a "garagem da casa", do lado esquerdo um senhor comanda uma churrasqueira bem a moda churrasco-de-domingo-feito-pelo-seu-pai, e logo á frente um outro senhor sentado em uma mesinha e uma cadeira, faz o seu papel de caixa, cobrando o couvert e vendendo as fichas para a cerveja e para o churrasco (sim, o churrasco é vendido para o público).
Após pagar nosso couvert e garantir algumas fichar para a geladinha, continuamos a adentrar "a garagem da casa", que é repleta de mesinhas a cadeiras, e um público bem "cult". Seguindo o som que vinha do fundo do quintal (!), encontramos a roda, composta por homens e mulheres, que cantavam e tocavam um sambinha de uma qualidade que a um bom tempo eu não (ou)via.
Essa simplicidade do lugar, faz com que todos se sintam super á vontade, praticamente no quintal de sua própria casa, só que a diferença é que aquela roda de samba, certamente vc não tem em casa.
A partir dai comecei a entender as inúmeras recomendações da dona da casa, que gosta de preservar a qualidade do lugar, á divulgar a casa, pois mesmo que escondida e sem divulgação, a "garagem" ficava cada vez mais cheia de pessoas atrás do bom samba.
Fiquei surpresa ao saber que no meio de um dos bairros mais badalados de SP, atrás um portão comum azul, existe algo tão bom, e descobri que aquilo vai além do tal Samba da Meirinha. Ali é o chamado Clube Etílico Musical, ou o clube para quem gosta do que é bom, como diz a Dona Meirinha. Após um curto bate-papo com ela, fiquei mais curiosa ainda em saber mais sobre esse lugar, que além do samba, também é palco de saraus e apresentações artísticas.
Ela diz que prefere apenas a divulgação boca-a-boca, simples como a casa.
Pesquisei na internet, e realmente não há sites sobre o local, mas há uma comunidade no Orkut e algumas matérias, como esta:

"Um clube diferente! Criado para resgatar e promover a cultura brasileira, o Clube Etílico Musical é uma dessas coisas surpreendentes da Vila Madalena. Quem chega ao portão azul na Fradique Coutinho não imagina que por detrás dele haja gente simpática ouvindo e tocando música de qualidade; um clube para quem gosta do que é bom. Tudo começou quando o espaço abrigava uma lavanderia. Mary Lúcia Prado - a Meirinha -, e o pianista e compositor Paulo Muniz, ou Kanneco, costumavam reunir os amigos depois do expediente para um bom churrasco.
Segundo eles, a idéia inicial era fundar um Clube da Cachaça, não muito comum por aqui. Porém, como as pessoas gostam mesmo de uma boa cervejinha para acompanhar o churrasco, nada mais apropriado do que um Clube Etílico, dando espaço para todo mundo. O gosto por música de qualidade, como samba, chorinho e MPB, também fez com que mais e mais músicos fossem se reunindo e então nasceu o Clube Etílico Musical (C.E.M.). “Nossa música é muito rica e não podemos deixar que isso se perca”, diz Meirinha. “Aqui, além de música, temos espaço para outros eventos culturais como saraus e apresentações de novos talentos”. Tudo no Clube é muito simples. Ao chegar, basta bater no portão que logo, logo alguém vai atender. Geralmente um amigo ou parente do músico que está se apresentando no dia, e que faz às vezes de recepcionista, afinal, a renda da portaria é o cachê do artista. No fundo da garagem, coberta e com mesinhas, fica o palco. Kanneco, às vezes, vai pra o piano e dá um show a mais Meirinha recebe os amigos e conversa com quem vai pela primeira vez ao Clube. Enfim, a gente se sente em casa. Quando o show começa, só fica parado quem quer. De Chiquinha Gonzaga a Paulinho da Viola e Chico Buarque, a música rola solta, bonita e com muita qualidade. “E a música seleciona mais do que qualquer coisa”, lembra Meirinha. “Se você gosta de música clássica, por exemplo, você não vai aonde toca rock. Quem vem aqui já sabe o que veio fazer, de um modo geral”. Ela acrescenta ainda que “tem muita gente boa que não é divulgada. É um trabalho de formiguinha ajudar a apresentar esses bons músicos”. É por isso só vai ao Clube quem conhece alguém do Clube. A propaganda é boca a boca e tem dado certo. Mas Meirinha avisa: “Não somos bar, tanto que nosso serviço é bem básico, com cerveja, caipirinha e uísque. E temos só três tipos de churrasco: carne, lingüiça e queijo. E batata frita. E acabou!”. E ainda assim a “família” cresce! Cresce tanto que já conta com 50 sócios. E frutifica: em 2002 foi criado o “Filho da Mamãiss”, bloco carnavalesco que sai pela Vila Madalena 15 dias antes do Carnaval. No último desfile reuniu cerca de 500 integrantes. Folia garantida, com kit bloco que dá direito à camiseta vale-chope + CD + cachacinha personalizada. Quer conhecer? Às sextas-feiras o espaço é reservado para vários tipos de música. No sábado, é a vez da roda de samba, com dois grupos diferentes: Perna de Cobra e Novos Boêmios. Aos domingos, esporadicamente, tem chorinho. O Clube Etílico Musical abre às 18h30 e a entrada é de apenas cinco reais. Ah! E os ensaios do bloco já estão para começar. Quem quiser participar da folia ou mesmo descobrir o Clube basta entrar em contato com Meirinha. Diversão garantida."

Após tantos anos sem comemorarmos seu aniversário juntas, a Malu não podia ter escolhido lugar melhor. Além do ambiente, rolou um reencontro com nossas amigas da época, amigas que mantemos contato á quase 15 anos.
Foi bom demais! Eu "recomendiu"...rs*

Thalyta, Carol, Malu, Joyce e eu


Malu e eu

4 comentários:

Anônimo disse...

O.o Vai entender Sampa!

Teka disse...

Nossa eu quero muito ir!
Me leva :D

Dadá_lhp disse...

quando for a sp.. vo pedi pra teté me levar..rsrss

Eliana Black disse...

Eu quero conhecer tbm...ador lugares com bom samba.